O mundo seguiu seu curso, mas muitas pessoas ficaram para trás. Descubra o que aconteceu com elas neste documentário em quadrinhos sobre tragédia e morte, pessoas e terra. E sobre o que resta depois de um desastre.
26 de abril de 1986.
O núcleo do reator da usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, começa a derreter, desencadeando o maior desastre nuclear da História. Enquanto o mundo dormia, uma nuvem carregada de radiação viajou por milhares de quilômetros em todas as direções, contaminando cinco milhões de inocentes. À época, Emmanuel Lepage tinha apenas 19 anos.
Mais de 20 anos depois, em abril de 2008, um grupo de ativistas e artistas visita Tchernóbil a fim de documentar a vida dos sobreviventes da tragédia, que vivem nas terras contaminadas. Enviado para representar paisagens brutais de desastre e a loucura do homem, Emmanuel Lepage se surpreende com a inesperada beleza que encontra naquele inóspito lugar. “Primavera em Tchernóbil” é o resultado do que ele testemunhou.
“Tive a oportunidade, pela primeira vez, de fazer uma reportagem em desenhos. Eu não vou ser apenas uma testemunha neste mundo, vou me envolver! Vou ser ativo! Um militante!
Nesta profissão, trabalhando sozinho nas minhas pranchas, muitas vezes eu tenho a impressão de estar observando o mundo através de um vidro. De estar ‘à parte’. Desta vez, eu vou sentir o mundo na pele! É um risco, eu sei... Mas tão empolgante! Eu ia descobrir as terras proibidas por onde rondava a morte.”
Emmanuel Lepage
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